Robert Pattinson "era barato, estava disponível e obedecia"

O realizador David Cronenberg e o ator Robert Pattinson estiveram hoje no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, a falar sobre o filme "Cosmopolis", enquanto na rua várias fãs aguardam a antestreia, marcada para hoje à noite.
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Depois de ter sido exibido, na semana passada, no Festival de Cinema de Cannes, em França, o filme tem hoje a segunda exibição pública em Lisboa, numa antestreia no CCB, na qual estarão Cronenberg e o protagonista do filme, o ator Robert Pattinson, famoso pela saga "Crepúsculo".

Num encontro hoje com a imprensa, o realizador canadiano e o ator britânico, acompanhados do produtor Paulo Branco, foram contando alguns pormenores sobre a rodagem do filme, uma adaptação do romance homónimo do escritor norte-americano Don DeLillo.

Robert Pattinson, que tem em "Cosmopolis" o primeiro grande papel dramático de carreira, admitiu que estava "assustado" no começo da rodagem, porque não sabia se o filme iria resultar, uma vez que tinha muito texto, a história passava-se dentro de uma limusina e ele aparecia em quase todas as cenas.

Feito o filme, o ator percebeu que esta personagem - e o trabalho com David Cronenberg - o levou a pensar na representação e no cinema de forma diferente. Ainda assim não sabe que outras personagens gostaria de representar no futuro: "Espero apenas fazer boas personagens".

Cronenberg provocou uma sonora gargalhada na conferência de imprensa quando disse que escolheu Pattinson porque "era barato, estava disponível e obedecia às ordens do realizador".

"Vi algumas entrevistas dele no Youtube e deu para perceber como é, se tem sentido de humor. Divertimo-nos muito na rodagem, apesar de o filme ser pesado (...). Tive que o convencer, não porque o filme seria bom, mas porque ele era a pessoa certa para o papel", disse.

David Cronenberg, 69 anos, autor de filmes como "Videodrome (1983), "A mosca" (1986), "Crash" (1996) e "Uma história de violência" (2005), disse que ainda está a digerir tudo o que o filme representa.

"Mostrámos o filme em Cannes e foi a primeira vez que o vi com público. Ainda não sei o que é que o filme trouxe à minha vida, mas já teve impacto. Temos andado a citar partes do filme. O filme tem muitos significados", disse.

"Cosmopolis" juntou, pela primeira vez, David Cronenberg e Robert Pattinson, que interpreta o papel de um milionário, Eric Parker, que quer atravessar Nova Iorque, dentro de uma limusina, para cortar o cabelo.

A viagem, que dura um dia inteiro, é uma metáfora sobre a própria vida da personagem e a sua autodestruição até a um confronto final - um diálogo crucial do filme - com um antigo empregado (o ator Paul Giamatti).

"Foram os diálogos do livro que me deram a certeza de que isto podia ser um filme. Eram dramáticos, interessantes. Don DeLillo tem diálogos muito específicos e transcrevi-os todos [para o argumento]", explicou Cronenberg.

"Cosmopolis", que tem estreia comercial em Portugal na quinta-feira, é considerado um filme independente e de baixo custo, com um orçamento de 15 milhões de euros.

À entrada do CCB, onde já está colocada a passadeira vermelha para a antestreia de logo à noite, perto de vinte fãs de Pattinson, cerca das 12:00, já guardavam um lugar para o poderem ver. Entre elas estavam quatro espanholas, de Valladolid, que estão no local desde segunda-feira à noite.

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